Ministério da Saúde demonstra preocupação com baixo índice de vacinação contra hepatite B em crianças

Por Portal Opinião Pública 16/02/2023 - 12:24 hs
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O Ministério da Saúde fez um alerta importante com relação a vacinação de crianças contra a hepatite do tipo B. De acordo com a pasta, o Brasil tem atingido os níveis mais baixos de imunização contra a doença desde o início das campanhas de larga escala no país. Segundo dados preliminares referentes a 2022, somente 75,2% das crianças com menos de um ano - faixa etária considerada ideal para aplicação da vacina – foram vacinadas contra a hepatite B em todo o território nacional. 

Utilizando dados de um estudo feito pelo Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase), o MS ressaltou que o país vem tendo uma queda na vacinação de crianças contra a doença desde 2019, quando apenas 72,6% do público-alvo foi imunizado. Essa foi a menor porcentagem registrada nos últimos anos.

Em 2020, a taxa de vacinação chegou a subir para 83,4%, mas registrou nova queda no ano passado, quando apenas 76,2% das crianças receberam a dose da vacina. À título de comparação, a taxa de vacinação contra a doença em 2018 chegou a 86%.

Para a pesquisadora e coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini, a vulnerabilidade social tem sido um dos motivos para a queda da imunização de crianças.

“O que vimos nos últimos anos foi o aumento da vulnerabilidade da população. Então se torna mais urgente pra família o que eles vão almoçar ou jantar e, com isso, a vacinação acaba se tornando uma preocupação secundária”, alerta.

“Imunização não é um assunto que deve ser só do Ministério da Saúde. Envolve também a educação e o desenvolvimento social, por exemplo, pela necessidade de busca ativa. As escolas têm um papel fundamental nesse resgate das altas coberturas, porque elas devem ser não só um lugar de educação em saúde, mas um polo de vacinação", avaliou a pesquisadora, reforçando ainda ser necessário o fortalecimento da atenção básica.

“Nos últimos anos foi trilhado o caminho inverso, com enfraquecimento, redução de financiamento e desmobilização de equipes. O agente comunitário nunca teve tanta importância. Precisamos mais do que nunca deles para aumentar a cobertura vacinal dos municípios”, diz.